As profissões estão em transição
São muitos os mitos e as inovações, mas a cada dia temos uma visão mais clara da mudança do trabalho.
Reflexões da semana, por Monica Magalhaes.
“Predicting the future isn't magic, it's artificial intelligence.” Dave Waters
Cá estamos nós e as empresas na luta diária da preparação para a transformação digital. Tem dias que a gente se sente hamster de gaiola na busca de conhecimento, mapeamento de desafios e entrega de resultados. Loop infinito, mas necessário para sobreviver e prosperar no futuro cada vez mais próximo. Eu aqui deste lado escrevendo e você aí do outro lendo, mas todos no mesmo barco, com o mesmo propósito - life long learning - tentando compreender as mudanças, antecipando as transformações futuras e buscando responder rapidamente com as adaptações necessárias.
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Torne a aprendizagem ao longo da vida o novo normal.
Tem dois anos que concluí uma especialização em Futuro do Trabalho pelo Banco Mundial e refletindo sobre todo conteúdo aprendido já percebo dados desatualizados mas também um cenário mais claro e amplo “pós” pandemia. Cada novo estudo (como este da BCG), ainda que tragam as mesmas informações, funcionam como reforço de dados e fatos. As profissões estão mesmo em transição!
Todas elas. Reflita comigo agora, sobre a sua por um momento. Trago o exemplo do trabalho de uma secretária tradicional, que ao longo desse ano deixou de organizar reuniões, viagens, hotéis, jantares, etc. Talvez possam ter lhe dado algumas novas atribuições, novas ferramentas de trabalho, mas tendo isso acontecido ou não, a pergunta é: será que estamos falando da mesma função? Quem está olhando para essa mudança? O líder? A área de recursos humanos? Ela mesma?
Utilizei o exemplo do cargo da secretária, mas todas as funções com atividades rotineiras, repetitivas e otimizadas sofrem a mesma transição. Aos poucos as áreas recebem uma ferramenta nova, um aplicativo ou um sistema que automatiza aquela determinada tarefa e as profissões vão se transformando ao longo do tempo. Aqui não tem debate sobre o que é bom e o que é ruim. É a nova realidade, principalmente com Inteligência Artificial, que é uma das principais forças que movem essa transição. Aqui abaixo vemos alguns exemplos de profissões impactadas:
Mapear e planejar essas transições
Assim como cada um de nós, as empresas também devem avaliar constantemente a dimensão, composição e o desenvolvimento dos trabalhos. Depois de um período como o ano de 2020 e o momento que estamos vivendo, existem diversas lacunas a serem preenchidas. As mudanças são rápidas e com o número de tarefas e funções totalmente novas que estão surgindo o mercado de trabalho será incapaz de fornecer novos talentos suficientes para preencher as vagas disponíveis. Para o empregador não existe alternativa além de complementar a contratação externa com iniciativas de desenvolvimento interno e treinamento no trabalho.
Repense as estratégias de recrutamento e retenção de talentos.
Com as habilidades cada vez mais digitais virão as mudanças demográficas, o trabalho remoto permite que muitos migrantes do mercado de trabalho, que há 10 anos vieram em busca de emprego nos grandes centros urbanos retornem a sua cidade natal, colocando pressão no fluxo de oferta de mão de obra e criando uma competição feroz por talentos. Precisaremos encontrar novas maneiras de reter nossos talentos e equipá-los com as habilidades que lhes permitirão permanecer relevantes dentro do contexto de mudança em que a empresa opera.
Neste quadro abaixo vemos como a inteligência artificial irá substituir ou complementar atividades dependendo do tipo de profissão. Podendo substituir 100% as repetitivas e rotineiras a curto prazo e as otimizadas a médio e longo prazo, já as atividades complexas e criativas serão transformadas com a chegada de novas ferramentas que irão auxiliar essa transição, mas não correm risco de extinção por serem tarefas do intelecto humano.
Dica de conteúdo da semana
O livro de Cathy O'Neil oferece um olhar assustador sobre como os algoritmos estão regulando as pessoas. Seu conhecimento do poder e dos riscos dos modelos matemáticos, juntamente com o dom da analogia, torna-a uma das mais valiosas observadoras da contínua ameaça do Big Data:
5’ no Futuro - last week
Se ainda não conseguiu abrir o último email com o conteúdo da semana passada, falamos sobre: Paradoxo do poder, quanto maior, menor será a empatia. O poder requer modéstia e empatia, não força e coerção. Mas a realidade é que vemos líderes perdendo a inteligência emocional com o aumento do poder.
Uma ótima semana pra você e até a próxima 2-feira ;)
be fearless,
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