The Future of Love
A influência da tecnologia no relacionamento moderno. O cortejo online e as tendências no tema futuro do amor.
"Life is the first gift, love is the second, and understanding the third." Marge Piercy
Casados, solteiros, com filhos ou sem filhos. Porque é importante compreender o amor no século 21? Eu diria que por vários motivos. Tem aqueles que estão buscando um relacionamento neste momento, tem também os pais de adolescentes tentando entender o comportamento dos filhos, tem os motivados pela oportunidade de negócio e mercado que os solteiros representam e os curiosos do ambiente social.
Afinal, os solteiros representam 30% das pessoas do planeta. No Brasil esse número é maior ainda, quase 50% da população. Um segmento de bilhões de dólares ano, um grupo gigantesco que transforma constantemente nosso contexto social e o comportamento de consumo.
Cada geração teve sua história e suas etapas no cortejo e na conquista. Mas os saudosistas e os românticos podem ficar tranquilos, a tecnologia chegou, o mundo mudou mas o amor, em sua essência permanece. Este é, e sempre será o mesmo. Assim como a fome é fome desde que o ser humano existe, o amor também permanece na sua forma.
A tecnologia não mudou o amor, mas mudou o meio como chegamos a ele. O cortejo também não deixou de existir, só que agora ele é feito de forma diferente. Do primeiro contato online até o encontro presencial, em geral são 5 etapas. Primeiro a troca de mensagens, depois envio de fotos (na pegada sexy), mensagens de áudio, depois vídeo e aí então vem o encontro presencial.
Enviar fotos online é perigoso? Sim. Mas também faz parte do processo de cortejo. Antes de proibir os filhos adolescentes de enviarem suas fotos no whatsapp entenda todo o contexto. Lembrem que 30 anos atrás, era como proibir a filha de sair de casa.
Hoje, apenas 6% das pessoas têm seu primeiro encontro ocasionalmente em locais e momentos não combinados (e esses dados são de antes do Covid) enquanto 40% dos primeiros encontros acontecem online, segundo pesquisa da empresa Match. A internet se tornou o caminho principal para nos conectarmos.
Mas existe uma boa diferença entre as gerações Y e Z. Os millennials foram os pioneiros no match digital, tinham pouca maturidade e sobretudo com a influência de aplicativos como o Tinder, os relacionamento tomaram um viés de superficialidade e gamificação.
A geração Z tem um funcionamento diferente. Eles também se conhecem no match online, mas estão dispostos a terem uma longa jornada de conhecimento e relacionamento. Mais interessados em explorar o que tem em comum.
Enquanto 26% dos millennials dizem ter encontrado seu amor no match online, apenas 16% da geração Z tem a mesma experiência. A maioria dos encontros da Gen Z acontecem online sim, porém com conhecidos da escola, cursos, universidades e principalmente amigos de amigos.
Mas quais são as principais tendências quando o tema é o futuro do amor? Vamos ao resultado da pesquisa da plataforma OkCupid.
O amor Climate Change
85% dos Millennials e 84% da Gen Z apoiam questões relacionadas à mudança climática e procuram no match parceiros que também sejam ativos no tema sustentabilidade.
O amor sem fronteiras
Desde o início da pandemia, as conexões além das fronteiras aumentaram quase 50% entre os solteiros. No app “OkCupid” tem atualmente mais de 1,5 milhão de pessoas abertas a um relacionamento à distância. Os solteiros estão namorando fora de suas origens culturais em taxas sem precedentes. E durante a pandemia esse número só tem aumentado por conta das restrições de deslocamento.
O amor com partido político
Responda a pergunta: "Você namoraria alguém com opiniões políticas opostas às suas?" Existe uma tendência no aumento de pessoas se recusando a namorar fora das linhas partidárias. Em 2019, 53% dos entrevistados disseram que não podiam namorar alguém cujas visões políticas fossem opostas às deles - e essa proporção saltou para 60% em 2020.
O amor com mais selfies
O uso de aplicativos de namoro atingiu níveis sem precedentes este ano ainda que em quarentena. Quase 30% dos solteiros relataram ter pelo menos um encontro virtual durante a pandemia. Com as pessoas continuando a passar mais tempo no aplicativo, veremos uma tendência neste flow na troca de fotos online ainda maior.
O amor sem pressa
À medida que a pressão de correr para encontrar alguém IRL (in real life) desaparece, veremos um aumento no modelo "namoro lento" - uma mistura de conversas mais profundas e mais romance por meio de namoro digital e virtual.
Agora um número para encerrar o entendimento desta conversa. Entre 1 milhão de entrevistados durante a pandemia, 84% das pessoas no aplicativo OkCupid acham que é importante ter uma conexão emocional virtual antes do um contato físico.
É um aprendizado. Mas entender e ouvir um pouco quem está vivendo este momento é se abrir para o novo. Reflir, questionar e construir novos modelos. Espero ouvir de vocês também, deixem aqui seu comentário ;)
Filmes e Conteúdos para download
Para explorar mais o futuro dos relacionamentos assista no Netflix Soulmates e The One. Ainda não estamos vivendo o match por DNA, mas é no mínimo uma discussão ética bem interessante.
Pesquisas e relatórios para download
Como está o mercado de pedido de casamento e noivado? Aqui tem 2020 - Jewelry & Engagement
Pesquisa do aplicativo de relacionamentos OKCupid: The Future of Dating
5Min no Futuro - last version
Se ainda não conseguiu abrir o último email com o conteúdo da semana passada, falamos sobre: O futuro da criação de conteúdo - O desafio para o profissional de publicidade ao fazer o marketing na velocidade da cultura e estar inserido nas comunidades veja em 3# - Criador, conteúdo e marca
Uma boa semana pra você e até a próxima 2-feira.
be fearless,
Muito interessante! Pra mim, é bem engraçado, imagino o que meus pais pensavam qdo comecei a namorar. Lógico que num mundo bem diferente de hoje. Tenho 44 anos, casada há 23, então, não experimentei, nem pretendo, esse mundo do relacionamento virtual. Mas minhas filhas de 19 e 17, obviamente, acham a coisa mais normal do mundo! A mais velha está totalmente confinada (sem aulas híbridas, só online) há um ano e teve um namorado na Austrália durante a pandemia. Durou seis meses e continuam amigos. E meu marido e eu pensando: como assim? Namorado? Eles nunca se viram pessoalmente!?!?! Hahahahaha Mas aprendemos com elas e com você sobre essas modernidades! Hehehe E conversamos bastante sobre essas “evoluções”... 30 anos atrás, eu não podia chegar em casa depois de meia noite, entre tantas outras proibições e machismos vividos... Aqui, falamos sempre sobre os perigos da internet... sem proibições... tudo caminhando bem... na dose certa. Adoro a newsletter! Obrigada.
Fantástico! Realmente existe um universo de coisas para serem compreendidas sobre esses novos tempos! E o risco é grande de ficarmos para trás, sem entender nada do que está acontecendo no mundo nas novas gerações.