Techlash - o movimento das Big Techs
Quem nunca perdeu o pai, a mãe o avô ou a avó depois daquele almoço no Domingo para o celular que atire a primeira pedra.
Quem nunca perdeu o pai, a mãe o avô ou a avó depois daquele almoço no Domingo para o celular que atire a primeira pedra.
Esse texto não é sobre as empresas Apple, Facebook ou Google. Mas sim sobre o comportamento Apple, Facebook, Google e poderia ainda citar pelo menos mais 10 outros nomes de big techs que estão influenciando o modelo social que vivemos.
A discussão apareceu em vários palcos no websummit. Pra resumir de forma simples e didática o termo techlash: será que a tecnologia está servindo à você ou será que você está servindo a elas? É pra refletir um mínimo.
Eu me divirto muito vendo a quebra de paradigmas que estas empresas trazem, o quanto desafiam o status quo e conseguem ser disruptivas, pensar em coisas inimagináveis. Mas como eu sempre digo no blog, estamos aqui pra aprender sobre os dois lados da moeda.
O termo TECHLASH foi criado pelo The Economist num artigo que retratava exatamente o tanto que essa sociedade está sendo "drivada" pelas maiores empresas de tecnologia. Mudamos a forma como compramos, mudamos a forma como nos relacionamos, mudamos nossos perfis sociais e profissionais, mudamos nossas casas, nossos carros, nossa cidade está mudando e como cidadãos também estamos.
Nossa vida ficou mais fácil em muitos aspectos. No primeiro momento os filmes ficaram mais baratos, os taxis, os hotéis, as viagens, mas também ficamos mais deprimidos, ambiciosos, vaidosos e egoístas.
Moedas virtuais estão sendo criadas sem regulação, o que é muito positivo e inclusivo mas também é extremamente arriscado e perigoso quando pensamos que podem ser utilizadas para lavagem de dinheiro, terrorismo e trafico de drogas.
A futurista Amy Webb, em seu livro Big Nine que retrata o poder de influencia que as nove maiores empresas tem hoje sobre as pessoas, resume exatamente isso em uma frase: "será que essas empresas estão aqui para nos dar um mundo dos sonhos ou para desestabilizá-lo?"
Devemos no mínimo refletir.
O modelo da sociedade do futuro não está pronto. Pelo contrário, está sendo construído agora e eu e você devemos participar dessa discussão. Caso contrário o lugar onde viveremos em 2025, assim como nossos hábitos serão definidos por 9 empresas. E o objetivo principal de uma empresa privada por sua natureza é o lucro.
Precisamos dar conta que a tecnologia entrou na velocidade exponencial, mas nós como indivíduos não estamos na mesma aceleração na discussão das questões éticas e morais que envolvem certas mudanças. E ai que está o perigo. Quando duas coisas que deveriam andar juntas não estão na mesma cadência.
A China não é a maior potencia tecnológica por acaso. Podemos até admirar suas inovações mas o preço pago por quem lá habita é a liberdade. Um governo autoritário não lhe dá a oportunidade de escolha, cada indivíduo será rastreado desde seu nascimento por toda a sua vida.
Um país democrático jamais irá competir com a mesma quantidade de dados. Empresas americanas querem competir com as chinesas, pelo menos enquanto a regulação não chega. E aí que perdem a mão e cometem excessos.
Pra gente refletir e também questionar o status de "produto" que estamos nos tornando.