Se quiser vencer uma guerra, conheça o seu inimigo
Se quiser vencer uma guerra, conheça o seu inimigo.
Se quiser vencer uma guerra, conheça o seu inimigo.
Essa teoria se aplica aos militares, se aplicou às guerras no passado e agora faz todo sentido no momento presente, pois a teoria também se aplica ao mundo dos negócios.
Muitas empresas nessa adversidade econômica, não irão apenas sobreviver mas sair dela mais fortes.
Este artigo, é tradução de um artigo da da Boston Consulting. Aquele tipo de relatório que passa despercebido no meio de tantos outros que recebemos em nossos canais online, uma pesquisa tão importante e profunda que não passou despercebido por mim e decidi traduzir e deixar aqui para que mais pessoas tenham acesso.
Eles analisaram as empresas do mundo (S&P Global) que tiveram maior desempenho entre 2008 e 2019, pós crise, para entender o que fizeram, quais ações e decisões foram tomadas, o que as ajudou não somente a sobreviver a crise, mas crescer com ela.
Mais relevante do artigo, feito com base na pesquisa de empresas americanas, é entender as cinco etapas que essas empresas adotaram e que as ajudaram a prevalecer, pois elas são as mesmas para todas as empresas, em qualquer lugar no mundo: agindo de forma proativa, aumentando a vitalidade, mantendo uma visão clara, construindo resiliência e agilizando a organização.
Essas etapas compõem um manual de como as equipes de liderança de hoje devem gerenciar a crise iminente para posicionar suas empresas para o sucesso.
AÇÕES DIFERENTES EM QUATRO FASES
O que explica o sucesso dessas empresas?
Um aspecto importante é que eles tomaram ações diferentes das dos concorrentes em determinados momentos durante e após a crise. Durante o período de 12 anos, os melhores desempenhos passaram por quatro fases: Gerenciamento de turbulência, estabilização, aceleração e continuação da aceleração.
Eles conseguiram adaptar sua estratégia às mudanças nas condições macro em cada fase.
Por exemplo, durante a primeira fase — gerenciamento de turbulência — as 25 principais empresas eram muito mais propensas a acumular dinheiro e manter liquidez do que as demais empresas do índice S&P Global 1200.
Caixa e equivalentes representavam quase 20% do total de ativos de cada empresa, enquanto a média das empresas no índice era inferior a 10%. A liquidez serviu de amortecimento durante períodos de extrema volatilidade, permitindo que os 25 primeiros tivessem períodos de vendas lentas ou inexistentes e dando a eles os meios para agir rapidamente, assim que o mercado se estabilizasse.
E a partir de 2016, os 25 principais focaram sua atenção na inovação e na realização de aquisições com potencial de crescimento — em alguns casos, retirando dinheiro para financiar a expansão.
CINCO PASSOS CHAVE
Ao analisar as ações dos 25 melhores desempenhos, não apenas durante e após a crise financeira, mas também antes de ocorrer, a pesquisa identificou cinco etapas principais que permitiram que essas empresas se recuperassem fortemente de uma crise econômica. Vamos a elas:
Aja proativamente. Durante a crise financeira de 2008, 80% das empresas da S&P Global 1200 tendiam a agir de maneira mais reativa do que proativa; eles esperaram até que seus negócios fossem diretamente afetados pela desaceleração antes de tomar medidas mitigadoras. Em comparação, os 25 melhores desempenhos não apenas aumentaram a liquidez, mas também investiram proativamente em aquisições estratégicas. Eles aplicaram a filosofia preventiva de: corrigir antes de quebrar. Tomando ações para capitalizar a empresa, diminuir dívidas e reduzir participação em outras empresas diminuindo assim também o seu risco.
2. Aumentar a vitalidade. Além de proativos, os melhores desempenhos com um modelo de negócios bem-sucedido evitam a tentação de descansar sobre os louros. Eles sabiam que nenhuma abordagem vencedora dura muito. Portanto, essas empresas aumentaram sua vitalidade, que é a capacidade de inovar, explorar novas idéias e reinventar a estratégia corporativa, a fim de alcançar um crescimento sustentável a longo prazo. Eles buscaram ativamente mercados e conceitos promissores e redesenharam seus processos de desenvolvimento para obter novas idéias rapidamente no mercado. A mentalidade de vitalidade ajudou essas empresas a permanecerem ágeis e encontrarem crescimento, independentemente de como as condições do mercado haviam mudado. Essa mentalidade de vitalidade é a capacidade de inovação.
3. Atenha-se a uma visão clara. Enquanto procuravam novas fontes de crescimento, os melhores desempenhavam a visão clara que tinham antes da crise financeira global — uma visão baseada em um pequeno número de temas de longo prazo. Por exemplo, a maioria planejava investir pesadamente para expandir para novos países e digitalizar seus processos e interações com os clientes. Os projetos para apoiar esses objetivos foram alterados por causa da crise, mas os próprios objetivos permaneceram fixos; portanto, a organização continuou a ter os mesmos pontos de foco claros.
As empresas que tiveram melhor desempenho criaram organizações não apenas para suportar futuros incertos, mas também para antecipá-los.
4. Crie resiliência. As empresas com melhor desempenho da pesquisa sabiam que não podiam evitar futuras interrupções, então criaram organizações não apenas para suportar futuros incertos, mas também para antecipá-los. Por exemplo, os melhores desenvolveram uma função de planejador de cenários futuros encarregada de observar tendências emergentes e possíveis crises.
Essas empresas também mantiveram reservas de caixa duas vezes maiores, em média, do que as reservas mantidas, em média, pelas empresas do S&P Global 1200. Isso ajudou as 25 principais a manter suas opções em aberto. Além disso, eles contrataram talentos com uma ampla variedade de conhecimentos. Devido ao foco na construção de resiliência, essas empresas agora têm uma equipe diversificada, com uma variedade de habilidades e idéias e programas de desenvolvimento de talentos.
5. Simplifique a organização. Por fim, os melhores funcionários prepararam suas organizações otimizando as operações principais, redesenhando processos para capitalizar no digital e gerando eficiências para que fossem o mais enxuto possível antes que os tempos difíceis voltassem a acontecer.
Essa é uma abordagem mais prospectiva do que muitas organizações adotam. Muitos tendem a depender de cortes no orçamento e demissões em tempos de crise.
Esse é o resumo principal, o relatório original ainda contempla dois estudos de caso para uma análise mais profunda.
Segue o link para consulta do artigo em inglês:
Crisis Can Spark Transformation and Renewal | BCG
To identify the companies that performed the best worldwide from 2008 through 2019, we evaluated earnings before…www.bcg.com
#illustration Montgomery of Alamein
Art: Graham Coton