Nem todo homem é uma Ilha
Bilhões de novas conexões surgem diariamente e passamos a ter um capital social digital. Mas qual a importância disso?
Reflexões da semana, por Monica Magalhaes.
"Birds of a feather flock together”
Once upon a time… você já deve ter ouvido a teoria de que apenas 6 pessoas te conectam a qualquer outra pessoa no mundo. Conhecida como “six degrees of separation”. Apaga tudo! Estamos em 2021 e a média agora caiu para 3,57.
Na prática, estou conectada “1 a 1” com Oprah, considerando as redes sociais, mas isso não significa que me relaciono com ela. Então onde está o valor dessa rede social e network digital? Nossas conexões passaram a ser nosso capital social na era digital, mas esse capital na maioria das vezes vai crescendo sem planejamento e de forma desorganizada. Vamos nos conectando aleatoriamente esquecendo daquele velho ditado “me diga com quem tu andas…”.
Hoje vejo que as inspirações utópicas que motivaram John Lennon a compor "Imagine" também motivaram Zuckerberg em seu discurso para Harvard, onde idealizava um mundo amplamente conectado, todas as tribos, cidades e nações unidas numa comunidade global, realizando em colaboração todas as coisas que individualmente não conseguimos conquistar. Essa visão do arco-íris no final da história não é bem como sabemos que as redes sociais funcionam. Mas estão mais rápidas e maiores do que nunca. Conectando bilhões de pessoas por segundo.
Nem todo homem é uma ilha
Um estudo recente, baseado em um estudo antigo (1973) desvendou como redes grandes e pequenas operam. E confirmando algo que já sabíamos, grandes redes sem organização tem menor valor do que uma rede pequena mas bem organizada. E neste contexto as conexões físicas e digitais tem o mesmo comportamento.
Nos agrupamos em clusters, porém dentro destes clusters existem algumas conexões que são cruciais e mais importantes pois são pontes de relacionamento para outros clusters, criando assim a possibilidade de expandirmos a nossa rede de contatos. Por isso olhe para a sua rede de contatos de forma estratégica, quais conexões não são ilhas? Quais são outros clusters possíveis para você se conectar? Quais conexões são fortes, fracas ou inexistentes? E a sua posição dentro do cluster qual é? Você é ponte ou apenas nó?
Homofilia Social
Por outro lado, existe um problema de homofilia social com os clusters, que vai além da polarização. Já ouviu esse termo?
É termos uma atração pela similaridade. Uma tendência de nos associarmos a semelhantes, como por exemplo o ditado “pássaros iguais voam juntos”
Na vida real está presente quando a gente segue pessoas que pensam como a gente, quando lemos notícias quais o título a gente previamente já concorda, quando mudamos as redes sociais mas continuamos seguindo as mesmas pessoas.
E qual o problema nisso tudo?
A homofilia limita o seu mundo social, ela cria esses clusters (ou bolhas) e restringe a informação que você recebe, as atitudes e decisões que toma e a forma como interage. Provavelmente você está conectado com pessoas que estão conectadas com as mesmas pessoas que você. E o pior, ainda nos divide em raça, etnia, idade, religião, educação e gênero.
Inconscientemente torna nossos relacionamentos mais fáceis e adoramos uma zona de conforto. A gente tem preguiça de conhecer gente nova. Na inovação, por exemplo, a necessidade de diversidade é fundamental para gerar novas ideias e novos estímulos. Ter alguém que nos desafia a pensar diferente traz crescimento.
Se olharmos para a nossa rede de contatos e como está a diversidade do nosso network fica fácil entender o conceito. O que tem maior valor: um capital social idêntico ou diverso?
Esse video conta a teoria do Six Degrees of Separation (que atualizado já são 3 degrees), como formamos clusters através da nossa homofilia social e a função dos contatos principais que nos levam a outros clusters.
Dica de conteúdo da semana
Essa semana trago nas dicas um documentário e um filme curta-metragem que acabou de desembarcar no Netflix.
Dois Estranhos, traz uma mensagem profunda em poucos minutos, uma dura realidade dada por apenas um fator: o tom de pele. O filme, indicado a Melhor Curta em Live-Action no Oscar, acompanha as repetidas tentativas do protagonista de voltar para casa e encontrar seu cachorro, que são frustradas vez por vez, não importando como mude sua estratégia e comportamento.
Seaspiracy, também Netflix, é minha segunda indicação da semana. Necessário! Um documentário que, assim como Cowspiracy que nos permitiu entender como a indústria da caça se sustenta, este traz o cenário mundial do business da pesca, o impacto nos oceanos e na vida marinha. E antes que você pense: “melhor eu não assistir pois não quero deixar de comer peixe” lembre-se que quando escolhemos NÃO nos informar, já fizemos uma escolha. Conheça toda a perspectiva.
5’ no Futuro - last week
Se ainda não conseguiu abrir o último email com o conteúdo da semana passada, falamos sobre: NFT's - Ativos digitais, você tem? - Uma ótima oportunidade para aprender mais um tema inovador, veja em 5# - NFT's - Ativos Digitais
Uma boa semana pra você e até a próxima 2-feira.
be fearless,