Metaverso não é um lugar, é um novo tipo de experiência
Vivemos um tempo de mudança nas experiências que aos poucos deixam de ser digitais e passam a ser experiências virtuais.
Já tem um tempo que tenho escrito sobre os temas de Metaverso, economia virtual e mundo digital. Pois bem, isso acontece porque tenho sido perturbada pelo assunto. Ao mesmo tempo que escrevo, amadureço ideias, percepções e hipóteses sobre o futuro.
Se olhamos para o passado, é quase possível dividir a história em partes e classificá-las. Primeira, segunda e terceira revolução industrial. A música nos anos 70, 80 e 90, por exemplo. Quando estamos vivendo o momento, não conseguimos enxergar o que ele representa e o tamanho da mudança. A gente apenas vive a vibe, tenta se incluir nos novos grupos, nos novos dispositivos, e aprende a usar os programas novos, tudo isso sem pensar muito.
Mas a linha do tempo não é linear, e faz dobras em certos momentos, mudando a história conforme vai acontecendo. A Covid-19 fez essa dobra no tempo, por exemplo. A questão é que quando estamos vivendo tempos de grande transformação surge essa necessidade de dar nome às coisas, pois assim é possível separar quem conhece e quem não conhece, e quem está desatualizado do movimento. Batizaram esse momento virtual que estamos de metaverso.
Estamos apontando o dedo dizendo que metaverso é o Roblox ou o Fortnite, mas ele não é um game ou um mundo virtual de uma marca, muito menos é o Facebook estilizado. Talvez ele seja apenas mais uma dobra no tempo, aquela que separa o momento em que nos tornamos mais virtuais do que físicos. Isso não é algo que acontece da noite para o dia, estamos falando de no mínimo duas décadas de um movimento que veio chegando aos poucos, mas que com a pandemia ganhou força e explodiu. Muitos de nós já passamos a maior parte do dia em atividades online do que nas atividades presenciais e físicas e nem nos damos conta disso.
Um momento em que as principais tarefas da nossa vida se tornaram mais digitais. Nosso trabalho está cada vez menos nas mesas, cada vez menos presencial e cada dia mais nas salas virtuais. Nossos amigos são cada vez menos os vizinhos e cada dia mais followers. Comunidades são grupos no Whatsapp, Instagram ou Facebook e não o bairro onde moramos.
Crianças brincam no Playstation ou no Xbox e não nas ruas com uma bola. Identidades virtuais expressam muito mais a pessoa que você realmente é do que a sua identidade no mundo físico. E o que importa mais? Ser ou parecer ser? Skins do mundo virtual são o novo jeans. E agora nosso dinheiro também está se tornando digital, assim como nossos ativos.
Em 10 anos a barreira de tempo estará cruzada e não seremos mais metaverso, mas um mundo onde tudo o que é virtual terá mais valor do que as coisas físicas. Toda nossa atenção estará no mundo digital e é lá que passaremos nosso tempo.
Hoje ainda precisamos dos smartphones para acessar esse mundo virtual, mas em um futuro próximo integraremos ao nosso corpo o que hoje são dispositivos reduzindo ainda mais o contato com o mundo físico, aumentando ainda mais nosso tempo no mundo virtual. Metaverso não é um lugar, é um tempo.
Intrigado? Confuso se toda essa mudança é boa ou é ruim?
Uma coisa é certa, não existe caminho de volta.
Tenha uma ótima semana and let the fear drive you ;)
DICA DE CONTEÚDO BOM :)
Filme: Free Guy - Assumindo o Controle
De forma bem humorada o filme passa um recado real da evolução da inteligência artificial e como o mundo digital, virtual e físico estão se misturam tanto a ponto de não conseguirmos perceber a diferença.
VEM CONFERIR O CONTEÚDO DA SEMANA NO INSTA ;)
Sobre a autora desta newsletter
Monica Magalhaes é fundadora da Disrupta - Estratégias de Futuro. Também é especialista em inovação disruptiva, future thinker, palestrante e criadora de conteúdo.
Para conhecer mais, acesse www.shelovesfuture.com e conecte-se comigo nas minhas redes sociais ;)