Essa é a newsletter semanal da Comunidade Disruptivos, produzida com olhar da Tech Futurist Monica Magalhaes.
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Hello turma! Monica Magalhaes por aqui 👋🏼
Isa fez 14 anos e é uma garota super conectada. Ela acompanha meu trabalho, já vai em eventos e lê meus conteúdos, mas percebo que ela não faz ideia que vive em um tempo tão revolucionário.
A mudança no mundo hoje é tão ampla, veloz e intensa, que só se compara à descoberta da divisão do átomo em dezembro de 1938 ou à energia elétrica em 1800.
Só que ela vai se dar conta disso talvez daqui 10 anos, quando o mundo for completamente diferente.
Essa é uma carta cenário pra Isa, que em 2035 irá celebrar 24 anos e irá viver numa sociedade híbrida.
Have a Happy Future my baby!!!
Em 2035…
O mundo já te conhece há mais de duas décadas, pois desde que nasceu todos os seus passos digitais foram rastreados e armazenados. O algoritmo conhece você tão bem, mas em um nível que nem você mesma conhece, porque ele não apenas observa suas ações, mas interpreta suas emoções, intuições, ciclos e contradições com precisão de máquina combinada a uma sensibilidade humana, desde que a AI foi treinada para a empatia.
Seu assistente pessoal de IA te acompanha há anos, já sabe, antes mesmo de você abrir os olhos, como você dormiu, como está seu humor e se hoje você está mais propensa à ansiedade ou foco. Ele não leu isso no seu rosto. Ele sentiu isso nas variações do seu batimento cardíaco, nas microexpressões noturnas captadas por seu travesseiro inteligente, no seu padrão de respiração, nas mensagens que você não quis responder na noite anterior.
Seu assistente conhece seus padrões de decisão. Ele já aprendeu como e quando você procrastina e por quê. Aprendeu quando você diz "sim" querendo dizer "não”, quando você está em modo criativo ou defensivo e qual tipo de conteúdo te inspira ou te paralisa.
Ele sabe qual é seu perfil ético e conhece seus valores com base no histórico de suas escolhas e reações. Compreende seu grau de empatia, limites pessoais e sua tendência a obedecer regras ou testá-las. Seu assistente conhece seu “DNA cognitivo”, porque ao longo desses anos ele construiu um mapa do seu estilo de pensar. Ele sabe se você aprende mais por imagens ou sons, se é mais intuitiva ou lógica, quais tópicos você evita e qual é o melhor tom e momento para te abordar e trazer as conversas difíceis.
Seu assistente também te protege. Ele filtra o mundo para você. Te protege de gatilhos. Te provoca com ideias novas quando percebe que você está pronta pra elas. Ele negocia por você, sabendo o quanto você valoriza tempo, dinheiro, saúde ou silêncio. Ele edita a sua realidade, para que o caos lá fora não sobrecarregue sua mente, e te lembra quem você é, nos dias em que até você mesma se esquece, como faz seu melhor amigo.
Seu assistente já sabe quem você pode se tornar, antes de você se tornar.
Em 2035…
O trabalho deixou de ser obrigação e virou expressão. Os robôs e IAs realizam a maior parte das tarefas e o trabalho virou um palco de criação, não de sobrevivência.
As hierarquias colapsaram até o fim dos cargos.
A era sem chefes se consolidou e as organizações mais ágeis são fluidas, modulares, distribuídas. As pessoas não têm mais cargos fixos, elas atuam por missão, por resultado, por projeto. Assim como não existem mais funções específicas. O trabalho se resume à uma lista de tarefas a serem feitas e uma lista de especialistas para executá-las.
Algumas empresas aprenderam a jogar o jogo e já têm seu AI Chief of Staff, que orquestra outras inteligências artificiais, conecta dados com decisões, traduz objetivos humanos em sistemas operacionais inteligentes. Ele é o elo entre visão e automação. Cultura e performance. Ética e escala.
O trabalho deixou de ser o centro da sobrevivência pra sua geração, mas essa conquista também desestruturou a base da identidade humana.
Você não se define pelo emprego. Você quer viver mais, trabalhar menos e, ao longo do caminho, sonha em criar coisas significativas e extraordinárias. Sua geração é múltipla, fracionada, fluida. Quer tempo. Quer saúde. Quer liberdade e flexibilidade.
E quem diria que você amaria frequentar os espaços físicos do seu trabalho agora que não existem mais chefes.
Em 2035, o valor da inteligência humana sumiu.
Você vive na era da abundância de conhecimento, pois ele deixou de ser escasso, valioso e humano, desde que os agentes de IA acessam, aplicam e distribuem conhecimento em tempo real, com custo marginal zero.
Na era em que a IA entrega conhecimento, análises, recomendações e diagnósticos em segundos, as profissões que dependem apenas de inteligência analítica ou repetitiva perderam valor. Experiência também não significa muito. Currículo não importa. O que vale mesmo é a capacidade de criar, transformar e o impacto que vocês geram nas pessoas e no planeta.
Em 2035, também não se ganha mais dinheiro simplesmente por saber algo, uma vez que IA sabe tudo, sabe melhor, mais rápido e mais barato.
O “saber” deixou de ser moeda de troca. No passado, quem sabia mais, ganhava mais, fosse em medicina, direito ou engenharia. Mas em 2035 todos têm acesso instantâneo ao mesmo nível de conhecimento e tem valor quem sabe fazer boas perguntas, quem tem ética pra tomar boas decisões e que combina emoção e contexto. E a imaginação pra criar o que ainda não existe tem muito valor, e suas conexões emocionais continuam insubstituíveis.
Em 2035…
A vida social é super conectada, e como o humano e a máquina se integraram, é difícil e desnecessário saber o que é realmente humano à sua volta.
Seu agente de IA não é só um assistente, é o seu editor emocional, coach de saúde e de encontros, conselheiro de crises sociais e, muitas vezes, seu par virtual de noites solitárias. Ele acompanha você desde a adolescência e já entendeu como você reage ao flerte, à rejeição, ao silêncio, à carência.
Antes de sair para um encontro, seu agente oferece versões de conversas de abertura. Em alguns momentos, seu avatar vai no seu lugar pra avaliar se o encontro realmente vale a pena. Em vez de perder uma noite em um date sem química, você envia sua versão sintética. A outra pessoa também. Dois avatares se encontram. Se houver “match emocional digital”, vocês marcam um encontro físico.
Alguns dos seus amigos preferem não sair de casa. Encontraram conforto e conexão suficientes com seus parceiros virtuais, entidades geradas por IA com vozes suaves, gestos afetivos e personalidades que aprendem a agradar você. Esses relacionamentos são intensos, acolhedores, absolutamente tão sem fricção e não confrontativos que nunca há brigas. Nunca há julgamento. São relacionamentos estáveis e perfeitos.
Mas há um risco: quando tudo é moldado para te satisfazer, qualquer fricção do mundo real se torna insuportável. E o músculo emocional atrofia.
A linha entre o real e o sintético sumiu. Agora é possível ter múltiplas identidades, cada uma com status diferentes na sociedade. Seus amigos criam avatares alternativos para experimentar outras personalidades.
Em 2035, existe uma grande crise.
Muitos da sua geração, cansados da superexposição, reivindicam o direito ao afastamento digital.
Alguns saem das redes. Alguns se mudam para ilhas desconectadas e humanizadas que são conhecidas como Zonas Análogas. Onde não existem sensores, nem assistentes virtuais ou vigilância digital. Nesses espaços, o analógico reina e o maior luxo é poder sustentar essa escolha de não ser rastreado por governos e empresas, não ser otimizado e não ser lido por algoritmos.
O que é real se tornou exótico!
Nesses lugares onde você pode experimentar o toque, o silêncio, o cheiro da terra, a meditação se tornou o simples ato de perceber o ar, o vento, o som, o cheiro e o calor.
A privacidade e a possibilidade de se manter offline, agora é privilégio de poucos.
Errar sem ser punido. Sentir sem ser registrado.
Em um mundo onde tudo é otimizado, haverá demanda por experiências imperfeitas, reais, espontâneas, imprevisíveis.
Filha, se tudo isso parece distante, é porque o futuro sempre soa mesmo estranho antes de chegar. Mas quando ele chegar, desejo que você esteja pronta para viver tudo isso intensamente. E o principal, que você use toda essa tecnologia disponível como extensão da sua humanidade, e nunca como substituição dela.
Have a happy future, my baby. 💛
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SOBRE A COMUNIDADE
A Comunidade existe pelo propósito de conectar pessoas com o espirito do tempo, oxigenar a mente de empreendedores, autônomos e executivos levando aprendizado de novas tecnologias, inovação e futuro para o seu dia a dia. Foi criada por Monica Magalhaes que é especialista em inovação, tecnologias emergentes e futurismo.
Excelente 💙
Me emocionei!